União das Freguesias de Bensafrim e Barão de São João
À semelhança da Freguesia de São Gonçalo de Lagos, a União das Freguesias de Bensafrim e Barão de São João é constituída, em termos territoriais, por duas antigas freguesias: Bensafrim e Barão de São João.
Bensafrim
Bensafrim é a maior povoação do concelho de Lagos (78,117 km2 de área), localizada no extremo nordeste e irrigada pela ribeira de Bensafrim. O povoamento do território que compreende a esta localidade, deu-se em tempos remotos, um facto comprovado pelos vestígios arqueológicos aí encontrados, como é o caso de menires, bem desenvolvidos e de fácil reconhecimento e de uma necrópole da Idade do Ferro. Aqui foi confirmada a presença romana, pois nesta necrópole foram encontradas incineração pertencentes a este povo, de onde se retiraram fragmentos de cerâmica, pregos, armas e algumas peças de bronze do século I d. C.. Da presença muçulmana, também ela aqui identificada, destaca-se os poços e noras e, de maior importância, os silos escavados na rocha.
Por volta do século XVI, a economia de Bensafrim assentava nas produções típicas da região, como é o caso do figo, da amêndoa, do mel, da cera, do gado e do carvão. Há também registo da existência de fábricas de cerâmica na região. Este tipo de economia tradicional chegou aos nossos dias, tendo-se mantido até ao século XX, uma povoação de elevada ruralidade.
O seu curioso topónimo tem sido objeto de várias análises levadas a cabo por diferentes autores. Américo Costa, entre outros, tem salientado a presença de reminiscências místicas de origem árabe e de elementos da liturgia do evangelho, não sendo, no entanto, possível ter esta afirmação como certa.
O orago da localidade de Bensafrim é São Bartolomeu.
Barão de São João
Barão de São João é uma das mais típicas povoações rurais do concelho de Lagos e tem uma área de 51,75 Km2. Resulta na expressão mais eloquente de uma Medievalidade que perdurou até à implantação da restauração da Freguesia em 1933.
A povoação de São João Batista enriqueceu o seu património imobiliário com vastos domínios económicos que se estendiam até Budens, Barão de São Miguel, Almádena, etc. Estas áreas sócio-económicas englobavam a então freguesia de Barão de São João que numa titularidade nobiliárquica fundamentavam a povoação de São João Batista.
É no século XV, em pleno reinado de D. Afonso V, que surge em Portugal o título nobiliárquico, assim o Algarve iria conhecer este título numa data posterior a 1475. Porém, é apenas no século XVII que a povoação de São João Batista recebe o título nobiliárquico. Nessa época, Barão de São João detinha já de várias Confrarias e Mordomias. Barão de São João evoluiu regressivamente e chega aos inícios do século XX com uma situação deficitária relativamente aos habitantes e aos meios económicos.
Integrado numa sociedade contemporânea através de uma ruralidade, Barão de São João inclui uma Mata Nacional e uma Igreja tipicamente enquadrada no século XVII onde são notáveis elementos religiosos dedicados a São João Batista, ao Sagrado Coração de Jesus, entre outros.
Presidente: Duarte Nuno Evangelista Lopes Rio
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