Lagos integra programa de monitorização do lixo marinho em praias
O Município de Lagos faz parte do “Programa de Monitorização do Lixo Marinho em Praias”, processo conduzido pela Agência Portuguesa do Ambiente, onde também estão envolvidos mais nove municípios portugueses.
O projeto tem como principal objetivo a identificação do lixo encontrado nas praias de referência, de modo a verificar a evolução da tipologia e quantidades de lixo e posteriormente identificar as fontes de poluição, com o intuito de atuar na fonte para a redução do lixo marinho.
O município de Lagos participa no projeto desde o início, com a Praia da Batata, que foi escolhida pela sua dimensão e características mais urbanas, uma vez que se pretende que as praias de referência sejam de várias zonas do país e com caraterísticas diferentes, com uma maior abrangência de amostragem.
Relativamente aos dados de 2022, obtidos pelas 55 campanhas realizadas nas 15 praias envolvidas, é possível concluir que, tal como nos anos anteriores, os plásticos continuam a ser a classe dominante no que diz respeito à tipologia de lixo encontrado, com 16,4% de fragmentos de plástico, 16,1% de fragmentos de esferovite e 13,1% para beatas e filtros de cigarros.
Os itens de plástico representam 88,2% do total de itens identificados, sendo esta uma tendência geral. Dos materiais identificados como plásticos, os plásticos de utilização única (cotonetes), extremamente polémicos e sobre os quais tem existido uma tentativa da sua eliminação no mercado, representam 31% dos itens identificados nesta categoria.
No que respeita à Praia da Batata, em Lagos, as beatas e filtros de cigarros, colocam esta como a quarta praia do projeto em que este item se encontra em maior quantidade, sendo que a nível nacional esta praia lacobrigense contribuiu com 12% do total de beatas e filtros recolhidas em 2022. Nos itens do TOP 3, os fragmentos de plástico/poliestireno 0-2,5cm e esferovite, a quantidade existente na Praia da Batata é insignificante, sendo a sua posição, no contexto das praias envolvidas no projeto, de baixa contribuição.
O Município de Lagos continua empenhado em melhorar as condições desta praia urbana, pelo que realizou quatro campanhas ao longo do ano de 2022, apostando acima de tudo na sensibilização.
Por outro lado, o aumento da frequência de limpeza das suas praias ao longo de todo o ano, contribui claramente para a redução dos itens identificados em cada campanha realizada, fazendo com que, em quase todos os itens, a contribuição para o projeto seja muito reduzida e na grande maior parte dos itens seja mesmo nula.
Quanto aos indicadores da origem do lixo marinho identificado, tal como nos anos anteriores, torna-se sempre difícil identificar a origem da grande maioria dos lixos encontrados, e este ano não foi exceção, e apenas se conseguiu atribuir a fonte do lixo a 17% do material identificado nas campanhas.
As fontes de poluição com maior expressão são o turismo e atividades de recreio (40%), o saneamento (37%) e a pesca e aquacultura (20%).
Na região do Algarve, o turismo e as atividades recreativas são a fonte com maior expressividade, seguidas da pesca e agricultura e em terceiro lugar o saneamento.
A nível internacional o projeto é coordenado pela Convenção OSPAR, tendo o tema do lixo marinho no ano 2021, pela sua pertinência, sido tratado ao nível das Assembleia das Nações Unidas para o Ambiente, Reunião do Comité dos Representantes Permanentes do Programa das Nações Unidas, Organização Marítima Internacional, Convenções dos Mares Regionais e do Grupo Técnico do Lixo Marinho da Comissão Europeia.