REQUALIFICAÇÃO DA ESTRADA MUNICIPAL 537 (QUATRO ESTRADAS – VILA DA LUZ) APRESENTADA À POPULAÇÃO
Projeto prevê transformar a EM537 numa via de caráter mais urbano para permitir outros usos e garantir um ambiente rodoviário mais seguro para os peões.
Maria Joaquina Matos (Presidente da Câmara Municipal de Lagos), João Fernando Rosado dos Reis (Presidente da Junta de Freguesia da Luz), Helena Morais (Coordenadora da Unidade Técnica de Gestão Urbana, serviço da autarquia encarregue deste processo) e António Marques (Arquiteto responsável pela equipa externa projetista) apresentaram na passada quinta-feira, dia 17 de maio, no Salão de Reuniões da Junta de Freguesia da Luz, para uma audiência grande e interessada, o projeto de requalificação da Estrada Municipal 537 (troço entre as Quatro Estradas e a Rua do Ramalhete), um acesso estruturante à pitoresca e turística Vila da Luz, há muito carenciado de intervenção.
Os referidos autarcas evidenciaram a urgência e o interesse público desta intervenção, manifestando total disponibilidade para responder às questões da população e em particular aos privados proprietários das parcelas contíguas à via existente.
A explicação dos aspetos mais técnicos das soluções preconizadas estiveram a cargo da equipa projetista, que iniciou a apresentação referindo o programa definido pelo Município – criar condições de mobilidade suave, pedonal e ciclável – o qual serviu de orientação à elaboração projeto. Como condicionantes, no âmbito da caraterização da área de intervenção, foram destacadas: as características da via e das bermas; cadastro das propriedades; as infraestruturas existentes; a existência de um número considerável de acessos a casas e quintas; os quatro cruzamentos também existentes; um declive reduzido, convidativo à circulação pedonal; os 2.500 mts de comprimento da via; o mau estado do piso; e a falta de segurança e ordenamento.
Manter a identidade da via, quanto às suas características rurais, de modo a perpetuar a memória do território, mas torna-la mais urbana e humanizada, de forma a permitir outros usos (que não apenas o da circulação automóvel) e diversificar o seu usufruto, é, segundo as palavras do Arq.º António Marques, o conceito central do projeto, e cujo âmbito integra: a adaptação da via a um sistema de mobilidade; a requalificação da via; e a renovação das infraestruturas existentes. A prioridade consiste em garantir um ambiente seguro para os peões, sem descurar a segurança dos velocípedes. Existe também a preocupação em circunscrever, tanto quanto possível, os trabalhos à via e às bermas, para que o impacto na envolvente seja reduzido. O projeto prevê ainda que as infraestruturas sejam dispostas num dos lados da via, o mesmo acontecendo com o passeio para os peões, o qual terá uma faixa elevada e autónoma.
O sistema de mobilidade integrada adotado é de modelo urbano, prevendo uma via com berma de 0,40m, uma valeta de 0,60 m, uma faixa de rodagem de 5 m (com 2 sentidos, onde conviverão o tráfego automóvel e os velocípedes), um passeio para os peões com 1,85 m e um sistema de iluminação contínuo. A adaptação da via à funcionalidade urbana faz-se pelo seu perfil e pela acalmia da velocidade, uma vez que nos pontos críticos o perfil da faixa de rodagem será sobre-elevado em 15 cm. A remodelação da sinalização é outra das componentes presentes.
Ao nível das infraestruturas prevê-se a renovação integral da adutora de água, que ficará instalada sob o passeio para que, futuramente e em caso de necessidade, se possa fazer uma qualquer intervenção sem necessidade de interromper o trânsito, assim como a drenagem das bacias hidrográficas e a construção de 3 passagens hidráulicas. A intervenção contempla também a criação de rede pluvial, a remodelação de rede de distribuição em baixa tensão e rede de telecomunicações.
Em jeito de conclusão, os vários oradores desta sessão sublinharam o enorme desafio em que se traduz este projeto, uma vez que não é fácil colocar numa faixa estreita todas as valências pretendidas (automóveis, bicicletas e peões).
A obra está estimada em 1.300.000,00€, com um prazo de execução de 6 meses, prevendo-se que tenha início no 2.º semestre de 2018, depois do período de época balnear.