1ª Visita do roteiro sensorial deu a conhecer Lagos a pessoas cegas
Um grupo de visitantes cegos e respetivos acompanhantes percorreram as ruas e espaços emblemáticos do centro histórico de Lagos para descobrir a cidade e conhecer melhor a sua história.
A visita, promovida pelo município em articulação com a delegação do Algarve da ACAPO, foi guiada por Artur de Jesus, historiador e técnico da Câmara Municipal, e previamente desenhada e testada com o apoio de Dina Neto, funcionária da autarquia e também ela uma pessoa com deficiência visual. O percurso teve início no Mercado da Avenida, um espaço que apela aos sentidos de qualquer visitante, seguindo depois pela Rua Portas de Portugal, onde os participantes tiveram oportunidade de tatear e conhecer a Vénus Deitada, uma das obras do escultor João Cutileiro que marca a paisagem urbana da cidade. Na Praça Luís de Camões, para além da referência ao monumento dedicado aos mortos da 1ª Grande Guerra, houve oportunidade de sentir o relevo do revestimento que decora um dos mais belos edifícios do centro histórico. Escutando histórias contadas e recordadas e a animação própria da cidade, os visitantes passearam por lugares de memórias, sentindo as formas e texturas de elementos arquitetónicos do património civil, militar e religioso edificado.
Acompanhando a visita, Sara Coelho, vereadora responsável pelo funcionamento do Balcão da Inclusão, salientou o facto de esta ser a primeira visita concebida de raiz a pensar nesta população-alvo, experiência que permitirá testar o percurso desenhado e a metodologia seguida, para ajustar o itinerário em próximas edições e/ou criar novos itinerários a partir desta primeira experiência.
Para além do serviço de atendimento qualificado prestado através do Balcão da Inclusão, o município tem vários projetos a decorrer nesta área, de que são exemplo as ações de sensibilização para uma escola mais inclusiva que têm dado a conhecer realidade das pessoas cegas aos alunos do 1º ciclo, o projeto “Do mindinho ao polegar” que visa promover a adaptação ao teclado do computador ou, ainda, o projeto “Nos Trilhos da Inclusão” que pretende, através de um questionário lançado com a colaboração e em articulação com as entidades parceiras da Rede Social, fazer um levantamento das pessoas com deficiência visual existentes no concelho e respetivas necessidades de apoio, de modo a dimensionar e ajustar as respostas existentes.