ENCONTROS DIÁLOGOS DO SUL: ACONTECE A SUL, SOBRE O SUL, COM PAISAGENS A SUL, com Nicolau Santos, Sheila Khan e Fernanda Almeida
29 de março│ 15h30
Local: Biblioteca Municipal de Lagos
Org.: CM Lagos com o apoio da RDP África - RTP
Class. etária: M16
Duração: 90 min
Participação gratuita, mas sujeita a inscrição prévia através do telefone 282 767 816, página de Facebook da Biblioteca ou email biblioteca@cm-lagos.pt
Tema: 50 Anos de Independências dos Países Africanos de Língua Portuguesa: Regressos ao País Imaginado, Chão de Revoluções Concretas e Adiadas. Com Nicolau Santos (Angola) e Sheila Khan (Moçambique) e moderação da jornalista Fernanda Almeida (RDP África).
Nicolau Santos e Sheila Khan inauguram, em 2025, o ciclo de encontros “Diálogos do Sul” da Biblioteca Municipal de Lagos, que este ano terá como foco os 50 anos das independências dos países africanos de língua portuguesa, um processo histórico, sociológico e emocional que resultou da Revolução do 25 de Abril de 1974, da declaração do fim da Guerra Colonial/Guerra da Independência, do reconhecimento pelo Estado Português do direito das colónias portuguesas africanas à autodeterminação e à independência e do processo de descolonização.
Os “Diálogos do Sul” prometem para 2025 conversas literárias e de vida com alguns dos fazedores e herdeiros desse sonho de uma África livre e independente do paradigma imperial português. Serão conversas para nos desafiarmos a olhar de frente para o que ficou por fazer, o que urge mudar, os novos estereótipos e narrativas pós-coloniais africanas e de que modo podemos construir um mundo de paz, liberdade e identidade no universo das várias nações africanas de língua oficial portuguesa.
Venda de livros e sessão de autógrafos no final da sessão.
BIOGRAFIAS:
NICOLAU SANTOS nasceu «branco de segunda», «calcinhas ou caluanda», «com os pés no mar», em São Paulo de Luanda. Depois fez-se à vida. Estudou, começou a rabiscar algumas palavras que só por carinho se poderiam chamar poemas, praticou muito desporto, fez amigos aos abraços cheios e lá pelo princípio dos anos setenta começou a ver filmes da Nouvelle Vague e de outros como Eisenstein e Hitchcock, que depois debatia acaloradamente pela noite fora na Universidade de Luanda (UL). Foi responsável pelo jornal mural da UL, escolhia poemas africanos para o boletim universitário. Ao mesmo tempo, lia tudo o que houvesse: Brecht, Maiakovski, Reich, Kirst, Uris, Amado, Veríssimo, Drummond, Luandino, Pepetela. No âmbito do movimento estudantil, envolveu-se na batalha política pela independência de Angola. Concluiu o curso de Economia em Portugal e meteu-se no jornalismo. Foi diretor do Semanário Económico, do Diário Económico e do Público, tendo ainda pertencido à direção do Expresso durante quase vinte anos. É atualmente Presidente da RTP. Publicou até agora sete livros de poesia, quatro dos quais a meias com António Costa Silva. “Amarelo Tango” é o seu primeiro romance.
SHEILA KHAN é socióloga, investigadora do CICANT, Professora Auxiliar da Universidade Lusófona, e comentadora do painel do programa Debate Africano da RDP África – RTP.
Neta do poeta moçambicano José Craveirinha, o primeiro autor africano galardoado com o Prémio Camões, em 1991, nasceu em Moçambique mas cedo viajou para Portugal. Na bagagem trouxe África colada à pele. Tinha 29 anos quando voltou à sua terra natal. Para além da responsabilidade académica e cívica, gosta de ler, escrever, fazer crossfit, correr e cozinhar. A sua investigação centra-se na memória e pós-memória, nas narrativas dos afrodescendentes e nos compromissos com as reparações históricas e o dever de memória numa perspetiva pós-colonial e comparativa. É autora dos livros “Portugal a Lápis de Cor: A sul de uma pós-colonialidade” (Almedina, 2015) e “Imigrantes Africanos Moçambicanos: Narrativa de Imigração e de Identidade e Estratégias de Aculturação em Portugal e na Inglaterra” (Colibri, 2009) e coautora de vários livros de ensaio e artigos académicos. Publicou recentemente “Djaimilia Pereira de Almeida: Tecelã de Mundos Passados e Presentes” (Editora UMinho, 2023), em coautoria com Sandra Sousa, e tem em preparação o volume temático, “Perspetivas Emergentes na Produção Cultural Afro-Descendente: Memória, Identidade e Diáspora Global” (Revista Portuguese Literary & Cultural Studies, 2024), igualmente em coautoria com Sandra Sousa.
FERNANDA ALMEIDA, portuguesa, nasceu em Moçambique, em 1968. Licenciada em Ciências da Comunicação, pela Universidade Autónoma de Lisboa, é Jornalista da RDP África há vinte e nove anos, sempre na área cultural, e responsável e orientadora, na RDP África, dos estágios Curriculares do 1.º Ciclo da Licenciatura em Estudos Africanos da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Atualmente produz, realiza e apresenta na RDP África os programas “Manual de Instruções” (programa semanal de entrevistas na área do voluntariado);“Escrever na água” (programa semanal sobre literatura Lusófona) e “Avenida Marginal” (conversas sobre questões fraturantes da nossa sociedade). Na Antena 1 moderou, de 2018 a 2021, o programa “A Páginas Tantas”, com as escritoras Inês Pedrosa, Patrícia Reis e Rita Ferro e, em 2022, o programa literário “Biblioteca Pública”, com os escritores Afonso Reis Cabral, Dulce Maria Cardoso e Richard Zimler. Extra Rádio, coordenou, de 2012 a 2015, o jornal cultural angolano “O Chá”, trabalhou na revista “Visão” (1993-96), colaborou em várias publicações e editoras, apresentou diversos eventos musicais e colaborou na peça de teatro “Os vivos, o morto e o peixe frito” do escritor angolano Ondjaki. Em 2022 foi distinguida com uma Menção Honrosa no Prémio de Jornalismo “Os Direitos da Criança em Notícia” pelas suas reportagens na RDP África “Uma escola, um novo futuro” e “Somos o que fazemos”.
Estacionamento gratuito - O Centro Cultural de Lagos e a Biblioteca Municipal de Lagos oferecem estacionamento gratuito no parque da Frente Ribeirinha (Avenida dos Descobrimentos) para o público dos seus espetáculos/eventos. Para o referido desconto basta que o utente apresente, na receção do parque, carimbo obtido na bilheteira do Centro Cultural de Lagos ou entrada da Biblioteca Municipal de Lagos. A oferta diz apenas respeito a uma hora antes e até uma hora depois de cada espetáculo/evento.