EXIBIÇÃO DO FILME “MOVIMENTOS PERPÉTUOS - CINE-TRIBUTO A CARLOS PAREDES”, de Edgar Pêra, com Octávio Fonseca
17 de abril | 18h00
Local: Biblioteca Municipal de Lagos
Org.: CM Lagos
Duração: 70 min
Class. etária: M6
Participação gratuita, mas sujeita a inscrição prévia através do telefone 282 767 816, página de Facebook da Biblioteca ou email biblioteca@cm-lagos.pt
Iniciativa integrada no “PERDOEM A FALTA DE AR, OS DIAS ERAM ASSIM – Ciclo Comentado de Cinema e Literatura em homenagem a Carlos Paredes”. Apresentação e comentários por Octávio Fonseca, jornalista, escritor, investigador musical e autor do livro “Carlos Paredes - A Guitarra de Um Povo”.
Documentário em 17 movimentos, em que os testemunhos e a guitarra definem o génio, a bravura e a modéstia de Carlos Paredes. É um filme que estabelece um diálogo entre uma guitarra e uma câmara de Super8, numa estética que evoca a memória dos velhos filmes de família, plena de intimidade, revelada na partilha de pequenas histórias da vida. O concerto de Carlos Paredes no Auditório Carlos Alberto, no Porto, em 1984, é o ponto de partida para o desenrolar de histórias da prisão, resistência, sucessos e amadorismo, relatos marcados pela simplicidade e pela paixão. Revela-se, por exemplo, como Paredes a seguir este concerto toca para o rececionista do hotel que não pôde assistir. Ou ainda de como se servia de um pente na prisão para exercitar a “guitarra”. O testemunho de amigos e colegas dá-nos a entender um pouco mais quem foi este homem, que, embora passando por privações, nunca se queixava e que nos deixou uma obra genial de valor incontestável, não só pela beleza das suas composições e da sua interpretação, mas também pela dimensão que deu à Guitarra Portuguesa, elevando-a a instrumento autónomo, em vez de ter apenas funções de acompanhamento, e transformando-a num símbolo da música portuguesa além-fronteiras. Fica a sensação de libertação que a sua arte é capaz de produzir, e a mística da obra que deixou, cheia de entusiasmo profundo e nostalgia do futuro.
Prémios: Melhor Longa-metragem Portuguesa, Melhor Fotografia para Longa-metragem Portuguesa e Prémio do Público do IndieLisboa 2006; Grande Prémio da Juventude do Famafest 2006.
BIOGRAFIAS:
EDGAR PÊRA é um cineasta, artista plástico, autor gráfico e de ensaios de ficção e cinema português, também conhecido como Mr. Ego (argumentos), Man-Kamera (imagem), Artur Cyanetto (som). Formado pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Portugal, é um dos mais importantes nomes do cinema experimental português. Começou como argumentista, mas, em 1985, depois de comprar uma câmara, inspirado por Dziga Vertov, nunca mais parou de filmar diariamente, construindo uma obra com mais de cem filmes para cinema, TV, teatro-dança, cine-concertos, galerias, internet e outros meios. “Iconoclasta” para uns, “cine-poeta-provocador” para outros, é detentor de vários prémios internacionais e nacionais e o seu trabalho tem sido alvo de várias retrospetivas, a mais recente, o ano passado, na Mostra Internacional de Cinema de S. Paulo. “Não Sou Nada – The Nothingness Club” (2023) e “Cartas Telepáticas” (2024) são os seus filmes mais recentes, centrados nas figuras de dois dos escritores mais influentes do século XX: Fernando Pessoa e H.P. Lovecraft.
OCTÁVIO FONSECA (n. Porto, 1950). Nos anos de 1970 a 1973, fez crítica musical nas publicações “A Memória do Elefante” e “Mundo da Canção”. De 1987 a 1992, realizou programas radiofónicos de divulgação e crítica, dedicados à música popular portuguesa, na Rádio Cultural de Ermesinde, no Rádio Clube do Porto, na Rádio Nova e na Rádio Press. Desde dezembro de 2006, realiza o programa “Os Cantos da Casa”. De 1980 a 1990, estudou guitarra com os professores José Pina, Paulo Peres e José Manuel Fortuna. A partir de 1982 fez parte de diversos agrupamentos de música popular portuguesa, de que se destaca a colaboração com João Lóio no espetáculo “Mais um dia”. Publicou os livros: “Carlos Paredes: a guitarra de um povo” (2000 e 2025 – Livro do Centenário do Nascimento) e “José Mário Branco: o canto da inquietação” (2000); e em coautoria com Guilhermino Monteiro, João Lóio e José Mário Branco, o livro “José Afonso: Todas as canções” (2010), com a transcrição para partitura da obra de José Afonso. A partir de 2017 realizou em diversas cidades do país (Porto, Lisboa, Setúbal, Aveiro) conferências intituladas “Ler e ouvir José Afonso”.
Estacionamento gratuito - O Centro Cultural de Lagos e a Biblioteca Municipal de Lagos oferecem estacionamento gratuito no parque da Frente Ribeirinha (Avenida dos Descobrimentos) para o público dos seus espetáculos/eventos. Para o referido desconto basta que o utente apresente, na receção do parque, carimbo obtido na bilheteira do Centro Cultural de Lagos ou entrada da Biblioteca Municipal de Lagos. A oferta diz apenas respeito a uma hora antes e até uma hora depois de cada espetáculo/evento.